terça-feira, 26 de outubro de 2010

No país das maravilhas

Viver em uma realidade que não é a sua, esse é o futuro!

Aliás, esse post vai exclusivamente pra uma ascensão social do país que pensa ter dinheiro para comprar até um político corrupto. Sim, amigo leitor, a ex-classe média, beneficiada pelo programa do PAC que agora faz o nome de classe média-alta, sair em alto e bom tom.

Nossos ex-pobres, enriquecidos por dinheiro publico, que por um simples acaso do destino se tornaram a nova cara da elite brasileira, acabaram se esquecendo dos tempos em que comiam arroz com ovo e achavam que o Lula salvaria a todos.
Até mesmo se esqueceram dos modos, tantas vezes explicitados pelos pais que chegavam bêbados em casa e espancavam o filho por responder de uma maneira grossa.
Aí me faço lidar com esses verdadeiros pobres, que fazem vergonha nacional pra qualquer um.
Não porque já foram humildes e se deram bem. Mas porque esqueceram a educação naquela época onde obrigado e bença mãe, fazia parte da rotina.

Não consigo me misturar com essa gente. Talvez faltem a eles uma gota de sensibilidade, ou talvez a ignorância é tamanha que o cérebro não raciocina mais, só busca o filho na escola, desfilando com o Audi A3, o simbolo da media-alta dos anos 2000, e volta pra casa, vai pra academia e o marido, após o arduo dia de trabalho no ar condicionado cortejando a secretária gostosona, joga uma rodada de squash com os amigos do condomínio de luxo.

Mas quem ousa pisar no orgulho desses que argumentam segurando notas de 50 reais na mão?
Eu já desisti. A cabeça deles não funciona mais como a nossa. O arroz e feijão virou motivo de piada, a onda é comer salmao grelhado e uns leves raminhos de alecrim. E se você ousar falar da gordura que sobra dos lados, a desculpa é sempre a mesma. "Eu trabalho o dia todo, e como linhaça."

Estranho pensar que a comida que eles davam ao Sabiá encontrado na rua agora é o requintado café da manhã, cheio de calorias e carboidratos. Super nutritivo.
E antes que você pense, o problema não é algo que provém da ignorância cultural. Pelo contrario, eles sabem de tudo, e sabem que estão todos condenados ao anonimato. Por mais que as pulseiras comprem casas e carros importados, nunca vão comprar a dignidade do jovem pobre que luta todo dia contra a sociedade formada por esses que simplesmente o chamam de neguinho. Não o neguinho, no sentido racial, mas, reparem, até as gírias são caracteristicas.

Uma gota de bom senso, pseudo-ricos.
Faz do seu mundinho ridiculo, um novo lugar.

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